7 de jan. de 2007

O que é o CLJ?

Curso de Liderança Juvenil: é um curso criado para jovens de 14 anos em diante, dividido em três etapas: CLJ I, II e III, que foi originalmente criado na Paróquia São Pedro, em Porto Alegre. Consiste num movimento juvenil da Igreja Católica que reúne e prepara milhares de adolescentes para uma missão: a missão de evangelizar outros jovens, de servir à comunidade e à Paróquia, e continuar a plantar a mesma semente que Jesus Cristo plantou no mundo. Portanto, o CLJ é o grupo feito para que essa semente seja plantada nos jovens e floresça cada vez mais!
Todo movimento tem sua estrutura de organização e com o CLJ os grupos das Paróquias estão interligados entre si através do Secretariado Diocesano do CLJ, que coordena os grupos (PSP´s) como um todo através das coordenações nos Vicariatos e das Áreas. Cada grupo tem sua própria coordenação responsável pelas atividades e pelo bom andamento das mesmas. Mas é o Eterno Coordenador, Jesus Cristo, que une todo o movimento, que une todos os integrantes entre si, numa única e grande família chamada CLJ!
Como Surgiu o Clj...
Depoimento do Pe. Zeno Hastenteufel, diretor espiritual e fundador do CLJ. "Anos de Transformações:
No início da década de sessenta, em Porto Alegre havia uma grande pastoral da juventude. Era o período áureo da Ação Católica. É preciso recordar que a Ação Católica fora fundada na Europa, ainda antes da última guerra, em cima do método "ver, julgar e agir". Esta Ação Católica contemplava todos os segmentos da juventude. Assim existia a JAC (Juventude Agrária Católica), a JEC(Juventude Estudantil Católica), a JOC (Juventude Operária Católica) e a JUC (Juventude Universitária Católica). Ficando nas cidades um pouco maiores, a JEC realmente movimentava muito a Juventude Estudantil. Por volta de 1962 e 1963, fazíamos concentrações de 15 a 20 mil jovens, com caminhadas e dias de encontro. Praticamente todos os colégios católicos tinham seus grandes núcleos de JEC. Até mesmo nos colégios públicos, como no Julinho, Protásio Alves, Parobé e Inácio Montanha a JEC era expressiva e havia grupos de JEC em cada turno e coordenação própria para cada escola. Veio a Revolução de 1964, muitos líderes da Ação Católica se manifestaram contra os ideais daquele movimento revolucionário e foram enquadrados nos assim chamados "subversivos", isto é, "perigosos" para o momento político que então se vivia. Grandes líderes, jovens e padres, começaram a ser perseguidos, aprisionados e, segundo denúncias, foram até torturados. É claro que todos os grupos da JEC, JOC e JUC começaram a se posicionar contra a Revolução. Com isto a perseguição se tornou sempre mais forte e a espiritualidade foi diminuindo. Os antigos retiros foram substituídos por dias de encontro, debate político, estudo da realidade brasileira, contestação ao Movimento Revolucionário. Por volta de 1968, com a edição do Ato Institucional n:5 (AI-5), a Ação Católica foi colocada na parede. Naqueles moldes ela não poderia continuar. Seria necessário transformar o espírito e voltar aos ideais originários. No Brasil, isto era impossível. Em outros países, como na Itália, na Espanha, na Argentina foi feita esta transformação e a Ação Católica sobreviveu. No Brasil, os próprios Bispos acabaram por desestimular uma Ação Católica que tinha se voltado para o plano político e estava numa atitude de ostensiva contestação. Os grupos JEC e JUC foram acabando, lamentavelmente. Tinham formado grandes lideranças e preparados bons católicos. Criou-se um momento triste para a Igreja: os jovens simplesmente sumiram das igrejas.Como iniciou o CLJNa Igreja São Pedro, tínhamos um grupo de 60 crismandos. Era uma esperança para a Igreja. Preparamos bem os encontros de crisma. Os jovens estudavam as matérias, sabiam os textos, mas não havia forma de levá-los de volta à vivência cristã. Conheciam os conteúdos da fé, mas não eram capazes de transformá-los em vivência. Em maio daquele ano de 1973, junto com a Ir. Jocélia e com algumas jovens do Emaús, começamos a preparar um "retiro de crismandos". Colocamos algumas técnicas do Emaús, com músicas próprias, com monitores de grupo e a participação de um casal. Nos dias 14 e 15 de julho daquele ano de 1973, com 19 jovens, 8 monitores, a Ir. Jocélia e um casal nos dirigimos a Medianeira para o "Retiro de Crismandos". Tínhamos alguns esquemas em uma pasta improvisada, um coordenador jovem, com vários bilhetes, mas sem um roteiro fixo e nem mesmo um horário claramente estabelecido. Tínhamos um objetivo claro: apresentar um Cristo capaz de fascinar os jovens e atrai-los para o seu caminho. Tudo correu normalmente. Mas os jovens queriam fazer novos retiros com esta mesma metodologia. Fizemos um trabalho em comunidades, com a pergunta: Como você chamaria esse Retiro? Entre muitas sugestões apareceu uma: CLJ - Curso de Liderança Juvenil. Posto no quadro, junto com outras sugestões, foi feita a votação. Não deu outra. Os jovens queriam logo fazer um segundo "retiro" destes, para os colegas da crisma que não tinham apostado no primeiro. Mas, foi então colocado, com muita clareza, que o segundo CLJ só seria feito em novembro, se até lá todo o grupo perseverasse. Foi uma beleza, todos os sábados estavam lá os 19, mais monitores, vindos do Emaús, o casal Raabe e Leda, mais a Ir. Jocélia. Com muito empenho, foi preparado o segundo CLJ, para os dias 13,14 e 15 de novembro de 1973. Já começaria na sexta-feira de noite. Já teríamos um livrinho de cantos, mais um casal, João e Célide Salvador, e iria um grupo maior. Após várias e demoradas reuniões, veio a data esperada. Quando encostou o ônibus, lá nos fundos da Igreja São Pedro, parecia início de uma revolução. Gente de todos os lados. Lá estavam os 55 jovens inscritos, com seus pais, familiares e um número incalculável de curiosos. Todos queriam ver o que estava acontecendo. Foi um curso fora-de-série. No domingo à noite, "chegada" na São Pedro. Foi feito no salão paroquial. Estava lotado. Todos os familiares daqueles 55 jovens, os colegas do primeiro e muitos curiosos... E a continuidade foi melhor ainda. Muitos jovens já estavam de férias e começavam a vir a missas todos os dias. No domingo seguinte, nosso grupo estava assumindo a missa das 11 horas. Tornou-se em pouco tempo a missa mais cheia. Os alunos do colégio São Pedro e Santa Clara começaram a se interessar.Vieram aquelas férias e o grupo continuou perseverando. Com reuniões em Tramandaí, Capão e Atlântida. Não se perdeu ninguém. Todos voltaram em março, com mais entusiasmo ainda. Todos esperando o terceiro CLJ, logo marcado para abril. A fama se espalhou pela cidade.
O CLJ - Movimento Arquidiocesano
O Pe. Severino Brum, da Cidade Baixa, que há anos estava tentando uma pastoral para os jovens, com iniciativas espetaculares (basta lembrar a famosa missa iê,iê,iê...muito destacada pela imprensa), ficou sabendo e queria participar do terceiro CLJ. Queria apenas observar e levar uns 20 jovens e um casal de tios, fizemos várias reuniões, seria preciso falar com os Bispos. Pe. Severino falou com o Dom Antônio e eu fui falar com o Cardeal, Dom Vicente Scherer. O nosso querido Cardeal ficou um pouco assustado. Já tinha ouvido falar nos "abraços e beijos", coisa nova na Igreja de Porto Alegre. Mas, no final ele me disse: "Pe. Zeno, continue com a minha bênção. Se este movimento vem de Deus, vai progredir e dele surgirão vocações para o sacerdócio e a vida religiosa; se não vem de Deus, em pouco tempo vamos acabar com isso antes que seja tarde". Após uma reunião com Dom Antônio, participando ainda o Pe. Severino, o casal José Carlos e Eunice Monteiro, Ir.Jocélia e três ou quatro jovens, o CLJ foi reconhecido como "Movimento Arquidiocesano", aberto para as paróquias que o quisessem implantar. O CLJ seria agora um movimento Diocesano. Era hora de organizar tudo, organizar o esquema geral do curso. Assim, o CLJ foi se firmando como "momento", enquanto curso de apenas três dias, e como "movimento", enquanto grupo fixo e estável que vai trabalhando como pastoral de jovens, onde sempre estava muito presente a grande frase de Paulo VI: "É preciso que o jovem seja apóstolo de jovens". Em pouco tempo, o CLJ foi se espalhando pelas Paróquias de Porto Alegre, depois foi para as dioceses do interior e hoje está espalhado por grande parte do Rio Grande do Sul e já recebendo pedidos para implantar em outros Estados
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CLJ- SANTO ANTÔNIO – ESTRELA
O CLJ da Paróquia Santo Antônio, em Estrela ressurgiu, depois de muitos anos sem atividade, do Encontro de Casais com Cristo – ECC, a partir de um sonho do Pároco de então, Padre Pedro Nicolau Schneider. No dia 26 de março de 2006 o desafio foi lançado aos casais presentes na reunião mensal do movimento: formar o novo grupo de jovens da Paróquia Santo Antônio.
Em meados de maio de 2006, quatro casais resolveram abraçar a causa: Valdírio e Iara Beschorner, Jônatas e Josiane dos Santos, Valdir e Delésia Scheeren, além de Miguel e Evanice Schroeder. Estes seriam os primeiros tios do novo grupo. O Padre Pedro Nicolau Schneider combinou com a coordenação do CLJ no vicariato e com o CLJ da Paróquia São João Batista, de Montenegro, a preparação do curso – “os encontros de pré”.
A partir de junho, os casais do ECC foram elencando possíveis candidatos para serem convidados a participar do grupo e, inicialmente, 104 nomes foram listados, sendo todos eles convidados no final de julho e início de agosto, visitados pelos tios. Em agosto, junto com a preparação dos primeiros pré-encontros, já foi organizado um galeto para auxiliar nos custos do curso. No dia 26/08/2006 realizou-se o primeiro pré-encontro do novo CLJ – Santo Antônio, que culminou com o curso nos dias 15, 16 e 17 (11º CLJ1 da área de Estrela) de setembro, na casa de retiros São José em Montenegro, do qual participaram 74 jovens estrelenses e os oito tios.
Assim, reiniciou-se um novo ciclo do CLJ, um novo grupo, uma nova cara dentro deste movimento tão importante para a comunidade católica em geral. Pertenceu inicialmente ao Vicariato de Montenegro – Área de Estrela, que compreende as Paróquias Santo Antônio e São Cristóvão, de Estrela; São Pedro Apóstolo, de Poço das Antas; Sagrada Família de Bom Retiro do Sul; São José de Roca Sales; Nossa Senhora do Rosário de Paverama, e Nossa Senhora do Rosário de Teutônia. Destas, as paróquias vizinhas São Cristóvão e Sagrada Família já têm o CLJ estruturado há mais tempo.
O grupo, apesar de integrar um movimento, assumiu desde logo um caráter Pastoral, com visitas aos doentes no Hospital, participação ativa na liturgia da matriz, no Santuário Santo Antônio, da Vovolândia São Pedro,  e nos eventos da Paróquia, auxílio em diferentes momentos e propostas, e ações concretas por meio da Gincana Catequética no Projeto com os crismandos. O grupo responsabilizou-se, também, de 2006 a 2010, pelas Celebrações de Páscoa e Natal.
Ainda em 2006: 1º, 02 e 03 de dezembro, mais 18 jovens e dois tios: Alexandre Scherer e Catia Azevedo, fizeram o 36ºCLJ1 do Vicariato de Montenegro, em Salvador do Sul.
Em 2007, após intensa atividade baseada no tripé: estudo, piedade e ação, 32 membros do grupo mais os seis tios que perseveraram, participaram do 41º CLJ II do Vicariato de Montenegro, realizado em Poço das Antas - RS, nos dias 21 e 22 de abril, coordenado pela Área de Estrela. Na semana seguinte, dias 29 e 30/04 e 1º/05/07, mais um jovem foi enviado para o 37º CLJ 1 do Vicariato, realizado em Salvador do Sul-RS, coordenado pela Área de Montenegro.
Para comemorar o 1º ano de atividade, realizou o grande encontrão de aniversário no dia 18 de setembro de 2007, reunindo vários grupos do então vicariato de Montenegro e de outras dioceses.
Em todos os janeiros, é realizado o acampamento de verão, com um tema específico desenvolvido através de reflexão, brincadeiras, oração e estabelecimentos de metas. E, no final de novembro, é realizado sempre o Retiro de Descanso Cristo Rei, com uma dinâmica similar ao acampamento, com uma ênfase na avaliação das ações e na Ação de Graças.
Como não existe o "ONDA", movimento que antecederia o CLJ e devido à grande procura, o grupo optou por abrir o "MATERNAL CLJ", no qual jovens a partir de 12 anos podem participar, com estudos diferenciados, já que permanecerão por dois anos no Pré.
Já nos dias 04 e 05/08/07 outros seis jovens participaram do 42º CLJ II do Vicariato, na Casa de Retiros São José, em Montenegro, fortalecendo ainda mais o grupo. E, com um consentimento especial, diante da necessidade do grupo, 8 jovens e os 6 tios participaram do 5º CLJ3 do Vicariato de Montenegro,nos dias 12, 13 e 14 de outubro de 2007, na Casa de Retiros São José, em Montenegro (em caráter de excessão, aberta pelo Conselho do CLJ no Vicariato, devido ao pouco tempo de atividade do grupo, mas por ela ter sido intensa...). Nos dias 2, 3 e 4/11/07, duas jovens participaram do 38º CLJ1 de Montenegro, realizado em Salvador do Sul.
Em julho de 2008 concretizou-se, com ousadia e coragem, um sonho grandioso: o 1º CLJ1 Paroquial. A partir daí, o projeto criado pelos próprios jovens, à luz do Documento de Aparecida, assumiu a preparação e o envolvimento dos crismandos. Foi no seminário São Boaventura, nos dias 4, 5 e 6 de julho, com 78 jovens crismandos da Paróquia Santo Antônio. E, ainda em 2008, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, mais uma jovem participou do II CLJ1 da Área de Salvador do Sul.
Um fato que merece destaque é a implantação, em 6 de setembro de 2008, da Diocese de Montenegro, sob o comando de Dom Paulo de Conto, reestruturando a organização do Movimento.
Para fortalecer o grupo ainda mais, realizou-se nos dias 2 e 3 de maio de 2009, o 43º CLJ2 da Área de Estrela, do qual participaram 12 jovens. Nos dias 03, 04 e 05 de julho de 2009 aconteceu o 2º CLJ1 Paroquial, em Imigrante-RS, com 54 jovens da Paróquia e mais 10 jovens da Paróquia São José de Roca Sales, onde o movimento estaria sendo implantado. E, ainda em 2009, cinco jovens do grupo participaram do 7º CLJ3, na casa de Retiros São José, em Montenegro.
Em 2010, mais 06 jovens participaram do 13º CLJ2 e, nos dias 2, 3 e 4 de julho, foi realizado o 3º CLJ1 Paroquial, ambos realizados no convento São Boaventura, em Imigrante, sendo que o Paroquial, com 51 participantes,  contou com a criação de um novo grupo na paróquia, na comunidade São Pedro, do Distrito de Delfina. Já 18, 19 e 20 de setembro, uma jovem do grupo da matriz participou do 8º CLJ3, na casa de retiros São José em Montenegro. Além disso, em março, o grupo assumiu a responsabilidade, junto com a Paróquia São José, de fazer o 1º CLJ1 daquela Paróquia, o que viria a se repetir no 2º CLJ1 da mesma, em maio de 2011.
Oito jovens do grupo participaram, também em maio de 2011, do 14º CLJ2 da Área Estrela, realizado em Arroio do Meio, no Seminário Sagrado Coração de Jesus. E em julho, dos dias 15 a 17 de julho de 2011, encerrou-se um ciclo, sendo realizado o 4º CLJ1 da Paróquia Santo Antônio, com 52 jovens, no Colégio Santo Inácio em Salvador do Sul, agora com o Padre Asabido Pedro Ludwig como Pároco e o Pe. Elton José Cestari como Diretor Espiritual.
Em 2012, com a suspensão do projeto de CLJ Paroquial, e com a direção espiritual do Pe. Alexandre Baptista de Oliveira, o grupo enviou três jovens para o 15º CLJ2 da Área Estrela, em Arroio do Meio,  no mês de maio, onde também foi realizado o CLJ1 da área Estrela, do qual participaram quatro dos nossos jovens, em julho.
A grande novidade desta nova fase, em 2012, foi a Missão CLJ, que consistiu em visita às escolas da área territorial da matriz e das turmas de catequese, divulgando o grupo e aumentando o seu contingente e diminuindo a faixa etária predominante. Neste momento, a participação do grupo também se estendeu às missas e atividades de comunidades menores com a São Francisco e a São Roque e, em especial nas Santas Missões Populares da Diocese de Montenegro.